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Resolvi sair correndo da estrada, não aguentava mais correr e a cada passo que dava percebia que aquele esforço seria inutil. Não sei como mas ele não saia do meu encalso, só não tinha me pego ainda, por que não quis, aquele jogo estava sendo excitante para ele, ele sabia que aquela caça valeria todo e qualquer esforço, mas gostava de sentir aquela sensação, queria ficar cada vez mais ancioso pelo momento final.
Desesperada, resolvi me enfiar no meio da mata que cercava a estrada, não aguentaria mais correr então tinha que arrumar um buraco onde me esconder.
O pior é que parecia que ele sabia exatamente onde me encontrar, parecia que me sentia, conhecia meu cheiro. Quando resolvi sair sózinha aquela noite, não sabia que algo assim poderia acontecer comigo, tudo bem que eu já tinha desisitido da vida, mas não queria que acabasse desta forma.
Enconstei em uma árvore depois de me certificar de que ele não havia me seguido, tinha certeza de que ele tinha perdido meu rastro. Mas eu estava totalmente enganada.
Ele estava na mesma árvore que eu, estava agarrado a ela de cabeça para baixo, respirando o mesmo ar que eu, sentindo o meu cheiro, se deliciando com o meu medo.
Sem que eu pudesse correr, ele me agarrou pelos braços, me ergueu até a altura de seu rosto, cheirou meu cabelo, meu pescoço, deu um beijo suave e me mordeu.
Perdi totalmente o meu controle, me retrai como se estivesse sendo esmagada por um caminhão de cimento, em nenhum momento ele me soltou, nem afrouxou seu aperto, ele estava me sugando totalmente e eu não teria como escapar daquilo. Aquele era meu fim e eu torcia para que fosse rápido.
De repente ele me soltou e eu cai com as costas no chão, minha vida ainda não tinha acabado, ele veio para cima de mim novamente, acariciando meu corpo, o seu prêmio, a sua recompensa, segurou meu pescoço com as duas mãos e começou a torcer para os lados até que o último ligamento fosse interrompido...
Pronto.
Naquele corpo não havia mais vida.